Vídeo: irmãos emocionam web ao receber coração com 15 dias de diferença
Os irmãos Paulo e José Paim enfrentaram a mesma doença genética no coração e viveram, juntos, uma jornada de superação, fé e renascimento

No Hospital Santa Isabel, em Blumenau (SC), um acontecimento raro uniu ainda mais dois irmãos que já dividiam laços de sangue, afeto e uma história marcada pela superação. Com apenas duas semanas de diferença, Paulo Henrique Paim, de 54 anos, e José Mario Paim, de 50, receberam transplantes de coração e escreveram juntos um capítulo emocionante de esperança, vida e fé.
Leia também
-
Saúde
EUA: homem acorda enquanto médicos o preparavam para doação de órgãos
-
Brasil
GO: jovem é homenageada em hospital após doação de seus órgãos. Vídeo
-
Distrito Federal
A contribuição do pianista Arthur Moreira para doação de órgãos no DF
-
Conteúdo especial
Doação de órgãos: maioria das famílias não conversa sobre o tema
O que para muitos parece improvável, para a família Paim virou realidade. Ambos foram diagnosticados com cardiomiopatia dilatada, uma condição grave e, no caso deles, de origem genética. A mesma doença que tirou a vida da mãe dos irmãos, agora ameaçava levar também os dois filhos.
Paulo descobriu o problema cardíaco aos 29 anos, após passar mal em uma partida de futebol. Depois de 16 anos de acompanhamento médico e tratamentos sem sucesso, chegou à conclusão de que apenas o transplante poderia salvar sua vida. “Os remédios não estavam mais suprindo a necessidade do coração. Só o transplante”, conta ao Metrópoles.
“Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, diz Paulo. O transplante foi realizado no dia 17 de julho, uma semana após ele entrar na fila. “É maravilhoso saber que você pode compartilhar com a sua família daqui para frente, fazer coisas que antes não podia com que você ama. Ou eu ia partir para casa do Senhor, ou conseguiria esse transplante de coração.”
7 imagens
Fechar modal.
1 de 7
Paulo PaimImagem cedida ao Metrópoles 2 de 7
Paulo Paim e família Imagem cedida ao Metrópoles 3 de 7
Paulo PaimImagem cedida ao Metrópoles 4 de 7
Paulo Paim e família Imagem cedida ao Metrópoles 5 de 7
Paulo Paim e família Imagem cedida ao Metrópoles 6 de 7
Paulo PaimImagem cedida ao Metrópoles 7 de 7
Paulo PaimImagem cedida ao Metrópoles
Enquanto Paulo vivia o renascimento após o procedimento, José estava em estado grave em uma UTI em Florianópolis. Em poucos dias, também foi transferido ao Santa Isabel e precisou de suporte mecânico para se manter vivo. Foi incluído na lista de emergência no dia 30 de julho. No dia seguinte, um novo coração chegou.
Ainda internado e em recuperação do procedimento, José não hesitou em conversar com o Metrópoles. “Aqui parece até um hotel cinco estrelas”, brincou, demonstrando gratidão pela vida mesmo diante da fragilidade após a cirurgia. “Foi inesperado, mas nunca perdi a esperança.”
A recuperação do irmão mais velho serviu como inspiração e força para ele: “Saber que deu tudo certo com ele me trouxe alívio. Então, acreditei que comigo também seria assim.”
José iniciou o tratamento há 10 anos e admite que o processo foi cansativo, mas nunca desistiu. “Na verdade, eu nem sei bem como estou hoje, só sei que foi cansativo. Mas eu estou aqui, isso que é importante”, afirmou. Agora, em recuperação, ele celebra a presença da família e dos amigos: “Está sendo maravilhoso.”
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
José Paim Imagem cedida ao Metrópoles 2 de 3
José Paim e médico que realizou o procedimento Imagem cedida ao Metrópoles 3 de 3
José Paim e família Imagem cedida ao Metrópoles
Apesar das personalidades diferentes — Paulo, falante e metódico; José, mais contido —, os dois compartilham hoje a mesma nova chance. “Agora os dois irmãos têm a chance de sobreviver um pouco mais, aproveitar cada minuto com a família”, celebra Paulo.
5 imagens
Fechar modal.
1 de 5
Paulo e José Paim Imagem cedida ao Metrópoles 2 de 5
Paulo e José Paim Imagem cedida ao Metrópoles 3 de 5
Paulo e José Paim Imagem cedida ao Metrópoles 4 de 5
Paulo e José Paim Imagem cedida ao Metrópoles 5 de 5
Paulo e José Paim Imagem cedida ao Metrópoles
Para o cirurgião responsável, Frederico J. Di Giovanni, o caso é marcante: “Realizo transplantes há 25 anos e essa foi a primeira vez que dois irmãos precisaram e receberam transplantes quase simultaneamente. É um evento bastante raro.” Ele destaca que o sucesso só foi possível pela atuação coordenada de uma equipe multidisciplinar altamente especializada.
3 imagens
Fechar modal.
1 de 3
Irmão e equipe médica Imagem cedida ao Metrópoles 2 de 3
Irmão e equipe médica Imagem cedida ao Metrópoles 3 de 3
Irmão e equipe médica Imagem cedida ao Metrópoles
Além do empenho médico, um fator essencial torna essa história possível: a doação de órgãos. “O meu doador salvou a minha vida e de mais quatros pessoas. É gratificante demais saber disso. Doar é um ato de amor que não tem preço”, afirma Paulo.
José concorda e faz um apelo: “Tem que ter mais divulgação de informações e conscientização sobre doação de órgãos, tem que ser mais comunicada e incentivada. É um tabu ainda, mas salva vidas e eu sou muito grato pela chance que recebi.”
Hoje, os irmãos Paim vivem um dia de cada vez. Segundo Paulo, a alimentação mudou, a rotina exige cuidados, a medicação é rigorosa. Mas tudo isso parece pequeno diante da imensidão da nova chance que receberam.
Unidos pela genética, pela fé e agora por dois corações doados, Paulo e José compartilham mais que uma história rara: compartilham o milagre da vida.
What's Your Reaction?






