Advogado está entre os mortos em SP que ingeriram metanol em bebidas
Vítima passou mal após ir em confraternização em São Bernardo do Campo, na região metropolitana; já são 3 mortos por intoxicação

A morte do advogado Marcelo Macedo Lombardi, de 45 anos, nesse domingo (28/9) em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, deixou em alerta as autoridades de saúde pública e segurança paulista. Ele é uma das três vítimas que morreram em São Paulo, com suspeita de intoxicação por metanol, até a mais recente atualização.
Marcelo, que era fumante e consumidor habitual de bebidas alcoólicas, começou a sentir sonolência intensa, visão turva, náuseas, dores abdominais e confusão mental na noite de sexta-feira (26/9), horas após participar de uma confraternização em que teria ingerido alguns drinques.
Segundo relatado familiares à Polícia Civil, os sintomas se agravaram rapidamente, levando-o a procurar atendimento médico. Ele foi internado na manhã de sábado (27/9), já com sinais de rebaixamento de consciência e dificuldade respiratória. Durante a internação, o quadro clínico piorou de forma abrupta, evoluindo para falência múltipla de órgãos.
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Advogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPReprodução/Redes Sociais
O laudo médico apontou como causa preliminar da morte intoxicação por metanol, um tipo de álcool altamente tóxico usado em combustíveis, solventes e produtos industriais, mas proibido para uso em bebidas destinadas ao consumo humano.
O Metrópoles apurou que a morte de Marcelo está inserida em um cenário de crescente preocupação: nas últimas semanas, foram registrados nove casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado de São Paulo, com três mortes confirmadas, entre elas a do advogado. O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) confirmou, por exames laboratoriais, a presença da substância no organismo dele.
Alerta do Ministério da Saúde
O episódio levou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a emitir um alerta nacional para que hospitais e unidades de pronto atendimento de todo o país considerem a hipótese de intoxicação por metanol em pacientes que apresentem sintomas como visão turva, vômitos, dor abdominal, tontura e confusão mental. A pasta também recomendou a bares, restaurantes e comerciantes que reforcem a checagem da procedência das bebidas alcoólicas, observando rótulos, lacres, selos fiscais e rastreabilidade dos lotes.
Paralelamente, a Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito para apurar a origem da bebida consumida por Marcelo e já colhe depoimentos de familiares, amigos e funcionários do estabelecimento onde a garrafa foi adquirida. O objetivo é identificar possíveis falhas na cadeia de distribuição e localizar o lote adulterado para retirá-lo do mercado.
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As investigações também consideram a participação do crime organizado no esquema de adulteração. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) revelou que cargas de metanol importadas ilegalmente — inicialmente destinadas a adulterar combustíveis — podem ter sido desviadas para destilarias clandestinas que produzem bebidas alcoólicas falsificadas. A entidade não descarta a possibilidade de que a substância tenha sido fornecida a distribuidores ligados a facções criminosas.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que aguarda os resultados finais dos laudos periciais, enquanto familiares de Marcelo cobram celeridade nas investigações e responsabilização dos envolvidos na adulteração da bebida. A morte do advogado reforça o alerta sobre os riscos do consumo de bebidas alcoólicas sem procedência comprovada e expõe falhas na fiscalização do setor de bebidas no estado.
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