Ainda não terminamos com a guerra em Gaza, diz Netanyahu na ONU; plateia se retira em boicote

Delegações esvaziam assembleia da ONU antes de discurso de Netanyahu O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira (26), durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que seu país seguirá atacando a Faixa de Gaza até que "termine o trabalho" no território palestino. Ele também desafiou a pressão crescente da comunidade internacional por um fim da guerra em Gaza e afirmou que, apesar das críticas, está "lutando uma batalha" pelo Ocidente. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Netanyahu entrou no plenário da ONU sob vaias, e a maioria das comitivas se retirou antes mesmo de ele começar a falar, como gesto de repúdio (veja no vídeo acima). A comitiva do Brasil também deixou o local, como ocorreu no ano passado (leia mais abaixo). Ficaram no plenário apenas as comitivas dos seguintes países: Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, França, Itália, Espanha, Finlândia, Suíça e União Europeia. Ao longo do discurso, houve muitos aplausos também por parte de pessoas que estavam na plateia, local reservado a convidados dos países. No início de seu discurso, voltou a mostrar um mapa que exibiu no ano passado com países que disse ser do "Eixo do mal". Depois, riscou com um marcador regiões nas quais disse ter destruído o poderio militar de países e grupos terroristas. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursa na Assembleia Geral da ONU em 26 de setembro de 2025. REUTERS/Shannon Stapleton "Lembram dos pagers (em referência aos dispositivos de membros do Hezbollah expodidos em uma operação do serviço secreto de Israel)? Eles entenderam a mensagem. Destruímos bases na Síria, no Iêmen. Nós devastamos as armas atômicas do Irã", disse. "Mas devemos permanecer vigilantes. Ainda não terminamos. O Irã está preparando mísseis balísticos com o objetivo não só de destruir Israel, mas também os Estados Unidos e vários lugares". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostra um cartaz durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2025. Jeenah Moon/ Reuters O discurso do premiê israelense ocorreu diante da "onda de reconhecimentos" do Estado Palestino, nas últimas semanas, por parte de países ocidentais e aliados dos Estados Unidos, como o Reino Unido e a França. Como esperado, ele criticou os gestos. "A decisão vergonhosa de vocês irá encorajar o terrorismo contra os judeus, contra pessoas inocentes em todo lugar (...)Como já fizemos antes, Israel tem que lutar uma luta contra a barbárie por vocês, com muitos de vocês se opondo a nós", disse. "O anti-semitismo nunca morre. Pelo contrário, sempre volta". Ele também voltou a negar a existência de um Estado Palestino. "Dar um Estado à Palestina ao lado de Israel é como dar um Estado à Al-Qaeda ao lado de Nova York depois do 11 de setembro (de 2001, quando o grupo terrorista Al-Qaeda fez um atentado na cidade norte-americano, derrubando as Torres Gêmeas com aviões). É pura insanidade, e não vamos fazer isso". Megafones em Gaza Alto-falantes na fronteira com Gaza transmitem discurso de Netanyahu na ONU Durante o discurso, Netanyahu disse que suas tropas instalaram megafones na Cidade de Gaza que, segundo ele, estavam transmitindo a sessão da Assembleia Geral da ONU. O premiê afirmou então que falaria diretamente com os reféns e, em hebraico, disse: "Nossos heróis, aqui é Netanyahu, falando com vocês ao vivo direto da ONU. Nós não esquecemos vocês. Nós traremos vocês de volta para casa", disse. O premiê israelense também exigiu que o Hamas entregue os armas. "Se vocês não fizerem isso, Israel caçará vocês". E negou que Israel esteja alvejando civis e causando fome na Faixa de Gaza, onde mais de 65 mil pessoas já morreram desde o início da guerra. "O oposto é verdadeiro". "Se a população de Gaza está passando fome, é por culpa do Hamas, que está roubando os alimentos". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2025. Jeenah Moon/ Reuters Comitiva do Brasil A delegação brasileira na Assembleia Geral da ONU usa um lenço palestino, o Keffiiyeh, durante discurso do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, no dia 26 de setembro de 2025 Felippe Coaglio/g1 A comitiva brasileira que estava no plenário da ONU foi uma das que se retiraram do local quando Benjamin Netanyahu subiu ao palco para discursar. A comitiva do Brasil, naquele momento, era composta por sete diplomatas, entre eles representantes do Brasil na ONU. No ano passado, a delegação brasileira fez o mesmo gesto, por determinação do Itamaraty. Neste ano, os diplomatas brasileiros que estavam no plenário trajavam um keffiyeh, como é chamado o lenço típico palestino. Esta reportagem está sob atualização.

Sep 26, 2025 - 11:30
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Ainda não terminamos com a guerra em Gaza, diz Netanyahu na ONU; plateia se retira em boicote

Delegações esvaziam assembleia da ONU antes de discurso de Netanyahu O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira (26), durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que seu país seguirá atacando a Faixa de Gaza até que "termine o trabalho" no território palestino. Ele também desafiou a pressão crescente da comunidade internacional por um fim da guerra em Gaza e afirmou que, apesar das críticas, está "lutando uma batalha" pelo Ocidente. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Netanyahu entrou no plenário da ONU sob vaias, e a maioria das comitivas se retirou antes mesmo de ele começar a falar, como gesto de repúdio (veja no vídeo acima). A comitiva do Brasil também deixou o local, como ocorreu no ano passado (leia mais abaixo). Ficaram no plenário apenas as comitivas dos seguintes países: Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, França, Itália, Espanha, Finlândia, Suíça e União Europeia. Ao longo do discurso, houve muitos aplausos também por parte de pessoas que estavam na plateia, local reservado a convidados dos países. No início de seu discurso, voltou a mostrar um mapa que exibiu no ano passado com países que disse ser do "Eixo do mal". Depois, riscou com um marcador regiões nas quais disse ter destruído o poderio militar de países e grupos terroristas. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursa na Assembleia Geral da ONU em 26 de setembro de 2025. REUTERS/Shannon Stapleton "Lembram dos pagers (em referência aos dispositivos de membros do Hezbollah expodidos em uma operação do serviço secreto de Israel)? Eles entenderam a mensagem. Destruímos bases na Síria, no Iêmen. Nós devastamos as armas atômicas do Irã", disse. "Mas devemos permanecer vigilantes. Ainda não terminamos. O Irã está preparando mísseis balísticos com o objetivo não só de destruir Israel, mas também os Estados Unidos e vários lugares". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostra um cartaz durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2025. Jeenah Moon/ Reuters O discurso do premiê israelense ocorreu diante da "onda de reconhecimentos" do Estado Palestino, nas últimas semanas, por parte de países ocidentais e aliados dos Estados Unidos, como o Reino Unido e a França. Como esperado, ele criticou os gestos. "A decisão vergonhosa de vocês irá encorajar o terrorismo contra os judeus, contra pessoas inocentes em todo lugar (...)Como já fizemos antes, Israel tem que lutar uma luta contra a barbárie por vocês, com muitos de vocês se opondo a nós", disse. "O anti-semitismo nunca morre. Pelo contrário, sempre volta". Ele também voltou a negar a existência de um Estado Palestino. "Dar um Estado à Palestina ao lado de Israel é como dar um Estado à Al-Qaeda ao lado de Nova York depois do 11 de setembro (de 2001, quando o grupo terrorista Al-Qaeda fez um atentado na cidade norte-americano, derrubando as Torres Gêmeas com aviões). É pura insanidade, e não vamos fazer isso". Megafones em Gaza Alto-falantes na fronteira com Gaza transmitem discurso de Netanyahu na ONU Durante o discurso, Netanyahu disse que suas tropas instalaram megafones na Cidade de Gaza que, segundo ele, estavam transmitindo a sessão da Assembleia Geral da ONU. O premiê afirmou então que falaria diretamente com os reféns e, em hebraico, disse: "Nossos heróis, aqui é Netanyahu, falando com vocês ao vivo direto da ONU. Nós não esquecemos vocês. Nós traremos vocês de volta para casa", disse. O premiê israelense também exigiu que o Hamas entregue os armas. "Se vocês não fizerem isso, Israel caçará vocês". E negou que Israel esteja alvejando civis e causando fome na Faixa de Gaza, onde mais de 65 mil pessoas já morreram desde o início da guerra. "O oposto é verdadeiro". "Se a população de Gaza está passando fome, é por culpa do Hamas, que está roubando os alimentos". O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2025. Jeenah Moon/ Reuters Comitiva do Brasil A delegação brasileira na Assembleia Geral da ONU usa um lenço palestino, o Keffiiyeh, durante discurso do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, no dia 26 de setembro de 2025 Felippe Coaglio/g1 A comitiva brasileira que estava no plenário da ONU foi uma das que se retiraram do local quando Benjamin Netanyahu subiu ao palco para discursar. A comitiva do Brasil, naquele momento, era composta por sete diplomatas, entre eles representantes do Brasil na ONU. No ano passado, a delegação brasileira fez o mesmo gesto, por determinação do Itamaraty. Neste ano, os diplomatas brasileiros que estavam no plenário trajavam um keffiyeh, como é chamado o lenço típico palestino. Esta reportagem está sob atualização.

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