Dólar cai com isenção do IR no Brasil e à espera de “payroll” nos EUA
Na véspera, o dólar terminou a sessão em leve alta de 0,11%, cotado a R$ 5,329. Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,49%

O dólar operava em baixa na manhã desta quinta-feira (2/10), em um dia no qual o mercado financeiro repercute a aprovação do projeto que isenta de Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil mensais.
No front externo, as atenções dos investidores seguem voltadas aos Estados Unidos, em meio ao “shutdown” (paralisação) do governo do presidente norte-americano Donald Trump.
Na sexta-feira (3/10), é aguardada a divulgação dos dados oficiais de emprego nos EUA, o chamado “payroll”, que mostra o desempenho do mercado de trabalho fora do setor agrícola.
Dólar
- Às 9h15, a moeda norte-americana recuava 0,35% e era negociada a R$ 5,31.
- Na véspera, o dólar terminou a sessão em leve alta de 0,11%, cotado a R$ 5,329.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,11% no mês e perdas de 13,77% no acumulado do ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em queda de 0,49%, aos 145,5 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 0,49% em outubro e ganhos de 20,98% em 2025.
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Câmara aprova isenção do IR
Na noite dessa quarta-feira (1º/10), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que isenta de IR quem recebe até R$ 5 mil mensais. A proposta era uma das prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A votação foi unânime, com os 493 deputados presentes votando a favor. Apenas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não participou da votação, conforme prevê o regimento.
O texto agora segue para o Senado, onde precisa ser aprovado e sancionado ainda neste ano para valer já em 2026.
Atualmente, a isenção abrange quem ganha até R$ 3.060 mensais. Hoje, um trabalhador que recebe R$ 5 mil paga R$ 335,15 de IR todo mês, o que equivale a R$ 4.467,55 por ano, considerando 13º salário e férias. Com a aprovação do projeto, esse montante deixará de ser recolhido.
A faixa de redução parcial do IR foi ampliada de R$ 7 mil para R$ 7.350. O texto obriga o governo a apresentar, em até um ano da data de início de vigência da lei, uma política contínua de reajuste da tabela do IR.
A proposta mantém a taxação dos “super-ricos”: alíquota de 10% para quem recebe a partir de R$ 50 mil por mês e acima de R$ 1,2 milhão por ano. Os lucros e dividendos aprovados até 31 de dezembro de 2025 não sofrerão a cobrança de 10%, mesmo que distribuídos até 2028.
A nova faixa de isenção deve gerar renúncia fiscal de R$ 26 bilhões, com compensações de R$ 32 bilhões, sendo o excedente destinado a reduzir a base de cálculo da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) na reforma tributária.
“Shutdown” e “payroll” nos EUA
No cenário internacional, o mercado continua monitorando a situação dos EUA, cujo governo foi paralisado pelo chamado “shutdown”.
O colapso nas finanças significa que funções governamentais cruciais – desde serviços de empréstimo para pequenas empresas a parques nacionais e treinamento profissional para veteranos – serão congeladas até que os legisladores aprovem mais verbas.
O congelamento ocorreu em razão de os democratas do Senado terem bloqueado um pacote temporário de financiamento criado para dar aos legisladores mais tempo para negociar projetos de lei de gastos para o ano inteiro, o que a Câmara controlada pelo Partido Republicano já havia aprovado.
É a primeira paralisação governamental em quase sete anos. A última ocorreu durante o primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021), quando as funções governamentais foram suspensas durante 35 dias, em dezembro de 2018.
A incerteza nos EUA ganhou corpo à medida que o mercado processou que a paralisação de áreas da administração pode afetar a divulgação de dados econômicos importantes. Esse é o caso do “payroll”, que trata do mercado de trabalho, cuja veiculação dos dados é aguardada na sexta-feira.
O “payroll” é um dos dados mais relevantes sobre emprego nos EUA. Ele é usado pelos agentes econômicos para calibrar as expectativas em relação a novos cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A cada divulgação dos números, os mercados globais de câmbio e ações reagem de maneira imediata.
A economia dos EUA registrou a criação de 22 mil novas vagas de emprego fora do setor agrícola em agosto, de acordo com dados do Departamento do Trabalho do governo norte-americano.
Agosto foi o quarto mês consecutivo com resultados inferiores a 100 mil empregos nos EUA. É o ritmo mais fraco do mercado de trabalho norte-americano desde a pandemia de Covid-19.
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