Esqueça a regra dos 7 anos: estudo revela como calcular a idade do pet

Pets envelhecem de formas diferentes e a regra dos 7 anos não serve mais. Especialista explica sintomas e cuidados com a chegada da idade

Oct 8, 2025 - 20:30
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Esqueça a regra dos 7 anos: estudo revela como calcular a idade do pet

Durante anos, os tutores se acostumaram com a conta de “um ano do pet vale por sete humanos”. Simples, popular e… Totalmente equivocada. Agora, uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) traz uma perspectiva mais precisa sobre o envelhecimento de cães e gatos. O estudo analisou padrões genéticos de envelhecimento e criou uma fórmula que leva em conta porte, espécie e metabolismo.

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A pesquisa mostra que o envelhecimento dos pets não é linear. O primeiro ano de vida de um cão ou gato equivale a cerca de 15 anos humanos. Depois, o processo desacelera.

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Porém, o ritmo é diferente entre as espécies: os cães têm uma variação muito maior, principalmente conforme o porte, enquanto os gatos seguem uma curva mais estável. 5 imagensMuitas pessoas também escolhem ter cães e gatos juntosA convivência pode ser positiva para os petsA adoção de vira-latas é importante no combate ao abandono animalCentros de doação no DF recebem cães e gatos para transfusões seguras em situações de emergência Fechar modal.1 de 5

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A adoção de vira-latas é importante no combate ao abandono animalReprodução/GettyImages5 de 5

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Segundo o professor Fernando Resende, especialista em neurologia e neurogeriatria animal, essa diferença é perceptível na prática clínica. “Cães de raças grandes apresentam envelhecimento mais precoce, sendo considerados ‘seniores’ a partir dos 6 anos, enquanto os de raças pequenas tornam-se idosos mais tardiamente, geralmente a partir dos 8 anos”, explica.

Essa diferença está relacionada à velocidade do metabolismo, expectativa de vida e predisposição genética a determinadas doenças.

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No caso dos felinos, o estudo confirma que a idade “humana” segue um ritmo mais constante e previsível. O primeiro ano equivale a cerca de 15 anos humanos, e aos 10, já correspondem a 56. Depois disso, o envelhecimento progride mais lentamente, com uma média de quatro anos humanos por ano de vida felina. Imagem colorida de gato se escondendoMudanças de comportamento e memória indicam que seu gato entrou na fase sênior

O professor aponta que, nos gatos, os sinais do tempo aparecem de forma mais sutil, mas seguem o mesmo padrão de degeneração observado nos cães. “Nos gatos, estudos complementares apontam que o envelhecimento se manifesta de forma semelhante, com declínio cognitivo, alterações comportamentais e doenças degenerativas mais prevalentes após os 10 anos de idade, independente da raça.”

Ele informa que, tanto em cães quanto em gatos, o cérebro é um dos órgãos mais sensíveis ao envelhecimento.

“O envelhecimento em cães e gatos é um processo multifatorial, associado a imunossenescência, inflamação crônica e acúmulo de danos oxidativos nos tecidos, especialmente no sistema nervoso central”, relata Fernando.

O especialista ainda acrescenta: “Isso leva a alterações metabólicas, redução da atividade mitocondrial, aumento da produção de radicais livres e queda na eficiência dos sistemas antioxidantes”.

Quando o tempo começa a dar sinais

Na prática, os primeiros indícios de envelhecimento se revelam no comportamento. O especialista detalha alguns sinais que se manifestam nos animais de companhia:

  • Desorientação em ambientes familiares;
  • Alterações nas interações sociais;
  • Distúrbios no ciclo sono-vigília;
  • Perda de hábitos de higiene;
  • Mudanças no nível de atividade.
cachorro preto velhinhoPara os cães, raças maiores sentem a chegada da idade mais cedo que as de pequeno porte

Esses sintomas costumam se intensificar conforme o pet entra na fase sênior. “Além disso, sinais físicos comuns incluem declínio sensorial, redução da plasticidade cerebral, dificuldades de aprendizado e memória, além de alterações locomotoras e de postura em estágios mais avançados”, complementa.

Mais idade, mais afeto

Com o avanço da idade, os cuidados devem acompanhar as novas necessidades do corpo e da mente. “À medida que os pets entram na fase geriátrica, suas necessidades mudam drasticamente. Manter os mesmos hábitos da juventude pode não ser apenas inadequado, mas também arriscado. A palavra-chave é adaptação.”

Para ele, a alimentação é um dos pilares da longevidade. A comida, vale lembrar,  não é apenas para matar a fome. É a principal fonte de saúde e prevenção de doenças.

E a longevidade também se cultiva com carinho. “Um animal que vive em um ambiente seguro, estimulante e amoroso tem uma saúde comprovadamente melhor”, ressalta Resende. O carinho, a conversa e as brincadeiras leves funcionam como um poderoso estímulo para o cérebro do pet, ajudando a retardar o envelhecimento cognitivo. Imagem colorida de idoso fazendo carinho em cachorro no sofáEntres os pilares para um envelhecimento pet saudável, está a alimentação e muito carinho

Compreender a “idade real” do pet ajuda a cuidar melhor dele.

“Saber que seu gato de 10 anos tem o equivalente a 56 anos humanos acende um alerta: ele entrou na fase sênior. Isso significa que as visitas ao veterinário devem ser mais frequentes para monitorar doenças comuns da idade”, alerta o professor.

O profissional conclui: “Decifrar a idade do seu pet é o primeiro passo para oferecer a ele uma vida mais longa, saudável e feliz.”

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