Ligação Trump-Lula gera clima de derrota entre bolsonaristas
Interlocutores do Planalto ouvidos pelo blog afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou de fora das negociações durante o telefonema de Donald Trump para o presidente Lula (PT), ocorrido na manhã desta segunda-feira (6). Foi o primeiro diálogo oficial entre os dois desde que os EUA aplicaram uma tarifa sobre a importação de […]


Interlocutores do Planalto ouvidos pelo blog afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou de fora das negociações durante o telefonema de Donald Trump para o presidente Lula (PT), ocorrido na manhã desta segunda-feira (6).
Foi o primeiro diálogo oficial entre os dois desde que os EUA aplicaram uma tarifa sobre a importação de produtos brasileiros. Na carta em que anunciou a medida, Trump citou como um dos motivos o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o Planalto, a ausência de Bolsonaro como elemento das negociações sugere que o ex-presidente está, neste momento, escanteado das negociações entre Brasil e EUA sobre o tarifaço.
Reforçam essa a impressão, segundo os interlocutores ouvidos pelo g1, os seguintes fatos:
A ligação partiu de Trump.
Os dois combinaram de se encontrar.
Trocaram telefones, para dispensar intermediários.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que é interlocutor de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foi encarregado de negociar o tarifaço com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
Dada a imprevisibilidade de Trump, porém, o Planalto mantém cautela. Avalia que, de uma hora para outra, o republicano pode voltar a colocar o ex-presidente como ponto central das negociações.
Telefonema Trump-Lula gera clima de derrota entre bolsonaristas
Entre aliados de Bolsonaro, o clima é de derrota. Eles admitem que o telefonema reforça aquilo que já percebiam: que Eduardo e Paulo Figueiredo não têm monopólio de interlocução com a Casa Branca.
Isso já havia começado a ruir quando Trump disse, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que teve uma química com Lula.
A esperança, agora, é que o ex-presidente consiga algum aceno de Trump como forma de reforçar a ligação ideológica entre os dois.
Andrea Sadi
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