Orbán sobre Ucrânia: “Não queremos compartilhar o destino deles”
Primeiro-ministro húngaro,Vikor Orbán, volta a se opor à adesão da Ucrânia à União Europeia, alimentando o clima hostil entre as diplomacias

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou a criticar a possível adesão da Ucrânia à União Europeia. Durante entrevista nesta sexta-feira (3/10), ele afirmou que o ingresso de Kiev arrastaria o bloco para uma guerra direta com a Rússia.
“A Ucrânia é um país com um destino muito difícil. Por que deveríamos compartilhar esse destino? Temos o nosso próprio, que é muito mais fácil do que o dos ucranianos. Não queremos morrer pela Ucrânia”, declarou.
Segundo Orbán, a entrada da Ucrânia no bloco obrigaria a Hungria a assumir encargos da guerra, incluindo eventual envio de tropas em caso de escalada militar. Ele também rejeitou a estratégia da União Europeia de oferecer ajuda militar e financeira de longo prazo a Kiev, chamando-a de “ilusão” baseada em falsas expectativas sobre o colapso da economia russa.
A posição do premiê húngaro ocorre enquanto o Conselho Europeu tenta avançar nas negociações de adesão de Ucrânia e Moldávia, iniciadas em 2024. Atualmente, Kiev ainda não conseguiu abrir nenhum dos seis grupos de negociação necessários para alinhar sua legislação à do bloco.
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Clima hostil entre Hungria e Ucrânia
As declarações de Orbán se somam a uma série de atritos recentes entre Budapeste e Kiev. No início desta semana, o premiê afirmou que a Ucrânia “não é um Estado soberano”, em resposta a acusações de que drones húngaros teriam violado o espaço aéreo ucraniano.
O ministro das Relações Exteriores de Kiev, Andrii Sybiha, rebateu, dizendo que Orbán está “intoxicado pela propaganda russa”.
Na última sexta-feira (26/9), o líder húngaro também confirmou que continuará comprando petróleo e gás natural da Rússia, mesmo após apelos do presidente norte-americano Donald Trump para interromper as importações.
Segundo Orbán, uma ruptura imediata no fornecimento provocaria um “desastre econômico”, com queda de 4% no desempenho da economia em minutos, que deixaria a Hungria “de joelhos”.
Com esse posicionamento, a Hungria permanece como um dos poucos países da União Europeia a manter abertamente a dependência energética de Moscou, enquanto outros membros do bloco tentam reduzir a receita russa usada no financiamento da guerra contra a Ucrânia.
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Viktor Orbán, primeiro ministro da HungriaAlan Santos/Presidência da República3 de 4
Zelensky diz ter drones com alcance de 3 mil km para reagir à Rússia Selcuk Acar /Anadolu via Getty Images4 de 4
"Não há cessar fogo porque a Rússia se recusa", diz Zelensky na ONU Reprodução/ONU
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